Setembro amarelo: um debate que se faz necessário

Setembro amarelo: um debate que se faz necessário

   O mês de setembro traz consigo um importante debate para a nossa sociedade, a conscientização sobre um tema que já se tornou questão de saúde pública. Você sabia que a cada 40 segundos uma pessoa se suicida no mundo? E no Brasil, o suicídio já é a segunda causa de morte entre os jovens?

   Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos suicídios poderiam ser evitados se, de fato, cuidássemos das doenças mentais como cuidamos de outras doenças. Cerca de 60% das pessoas que se suicidam nunca se consultaram com um psicólogo ou psiquiatra. A comparação feita pela organização é como se, por exemplo, seis entre dez pessoas, que quebram uma perna, simplesmente não fossem a um ortopedista.

   Com o objetivo de trazer o tema suicídio para o debate e tratá-lo como uma questão de saúde pública, desde o ano de 2015, o Centro de Valorização da Vida (CVV) juntamente com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) iniciou a campanha brasileira de prevenção ao suicídio, intitulada de Setembro Amarelo.

   Para a psicóloga parceira do SINPRF-SP, Patrícia Fernandes, a Campanha Setembro Amarelo é de suma importância, pois é preciso dialogar sobre o tema. “Falar sobre o tema suicídio é uma possibilidade de prevenção, é uma questão de saúde pública. É necessário discutirmos e conscientizarmos”, disse.

   Em busca de uma efetiva prevenção do suicídio, é preciso que o problema seja discutido, porém o assunto ainda é um verdadeiro tabu. “Acredito que o diálogo é sempre o melhor caminho para o preconceito ou tabu. Falar é a única saída. Quebrar este preconceito que ainda existe é de suma importância para salvarmos vidas”, explicou Fernandes.

Tempos atuais

   Vivemos em um tempo, cercado por tecnologia e agenda cheia de intermináveis compromissos, no qual, cada vez mais a interação pessoal se dá à distância, utilizando-se muitas vezes apenas de meios virtuais, que proporcionam com o passar do tempo o isolamento das pessoas, que somado ao enfraquecimento do senso de comunidade, o qual se dá devido ao excesso de compromissos por nós assumidos, o sujeito passa a se ver sozinho, sem ter alguém com quem possa compartilhar seus problemas, abrindo brechas para doenças como depressão e ansiedade.

   Outro ponto, o qual não podemos deixar de debater é a verdadeira pressão social, que podemos denominar como “ditadura da felicidade”, por meio da qual muitas pessoas demonstram uma condição que não reflete de fato sua realidade interior, mascarando muitas vezes casos de depressão, os quais são agravados sem a busca por ajuda profissional.

   Para Patrícia Fernandes, a forma como nos relacionamos com o meio diz muito sobre como estamos nos sentindo. “O isolamento é uma maneira de mostrar que algo está errado e neste momento a ajuda psicológica é um fator fundamental”, explicou.

   Como uma verdadeira lição de casa temos pela frente o compromisso de reavaliarmos nossas interações sociais e resgatarmos, em meio à tantas relações robotizadas, nosso olhar de humanidade uns com os outros, valorizando a vida com todas as suas nuances.

   A psicóloga Patrícia Fernandes encontra-se à disposição dos sindicalizados, que podem entrar em contato por meio do telefone: (11) 98911-7112, ou pelo e-mail: psicologiapf@gmail.com