Suicídios entre agentes de segurança pública registra aumento de 140%

Suicídios entre agentes de segurança pública registra aumento de 140%

  Estamos em setembro, época em que intensificamos as discussões sobre um tema muito importante: a prevenção ao suicídio.

  Desde o ano de 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza anualmente a campanha Setembro Amarelo, que traz luz à uma importante discussão para nossa sociedade, já que são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 01 milhão no mundo.

  Quando abordamos o tema suicídio na área de segurança pública, os números são ainda mais alarmantes. Segundo pesquisa divulgada este mês, pelo Grupo de Estudo e Pesquisa em Suicídio e Prevenção (Gepesp), entre 2017 e 2018, houve um aumento de 140% no número de suicídios entre agentes de segurança pública no Brasil.

  Em 2017, foram registrados 28 casos contra 67 em 2018. Este número inclui suicídios e homicídios seguidos de suicídios.

  O levantamento, coordenado pela doutora em Ciência Política, Dayse Miranda, que inclui profissionais da Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, de 19 unidades federativas brasileiras, mostra que além do aumento no número de suicídios, também houve o aumento de casos de homicídios seguidos por suicídios. Em 2017, os casos relatados corresponderam a 8%, chegando a 16% em 2018.

  Ainda segundo a pesquisa, os estados de São Paulo e Rio de Janeiro tiveram o maior quantitativo de notificações de mortes por suicídio consumado, homicídio seguido de suicídio e tentativas de suicídio informadas no ano de 2018.

  Nos casos de suicídio consumado e tentativa de suicídio, os problemas de saúde mental foram os mais citados como motivadores. Já para os casos de homicídio seguido de suicídio, os conflitos conjugais e o término de relacionamentos amorosos predominam.

  A psicóloga parceira do SINPRF-SP, Patrícia Fernandes, cita dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em que 90% dos suicídios poderiam ser evitados se, de fato, cuidássemos das doenças mentais como cuidamos de outras doenças. “De acordo com pesquisas da OMS, cerca de 60% das pessoas que se suicidam nunca se consultaram com um psicólogo ou psiquiatra. Falar sobre o tema suicídio é uma possibilidade de prevenção, é uma questão de saúde pública. É necessário discutirmos e conscientizarmos”, explica Fernandes.

  A psicóloga Patrícia Fernandes encontra-se à disposição dos sindicalizados, que podem entrar em contato por meio do telefone: (11) 98911-7112, ou pelo e-mail: psicologiapf@gmail.com.

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