NOTA DE REPÚDIO
Brasília, 18 de junho de 2025
A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), entidade representativa de mais de 17 mil servidores da ativa e aposentados, manifesta seu veemente repúdio à forma como foi redigido o item 5 do documento “Plano de Ação – Recepção dos novos PRFs” (SEI nº 65967265), parte integrante do Processo nº 08650.154011/2025-22, confeccionado pela Direção da Polícia Rodoviária Federal.
O referido trecho, ao recomendar que os policiais em processo de movimentação “não mantenham contato prolongado com os novos PRFs”, com o objetivo declarado de evitar a “transferência de práticas desalinhadas com o novo modelo institucional”, é inaceitável sob qualquer ótica.
A insinuação de que servidores públicos — muitos com mais de 20 ou 30 anos de dedicação à Polícia Rodoviária Federal — seriam vetores de uma cultura negativa, desalinhada ou contraproducente é desrespeitosa, discriminatória e injustificável. Trata-se de uma afirmação que, na prática, contribui para a fragmentação do corpo funcional da Instituição e promove um clima de divisão e desconfiança entre gerações de policiais.
A história da PRF foi construída com base na experiência, no comprometimento e no profissionalismo desses policiais, que, ao longo de décadas, consolidaram a credibilidade da nossa Instituição perante a sociedade brasileira. Rotulá-los como potenciais ameaças à formação de novos colegas não apenas fere sua honra funcional, mas também compromete o espírito de coesão institucional que tanto se busca fortalecer.
Desonrar o passado é comprometer o nosso futuro.
O que seria da PRF se Turquinho não tivesse dado os primeiros passos para a criação da Instituição?
O que seria da PRF sem os veteranos?
O que seria da PRF sem os policiais antigos, que deram sentido, forma e alma a essa missão?
A FenaPRF espera uma retratação formal da Direção-Geral da Polícia Rodoviária Federal, com o devido reconhecimento da importância e do legado dos policiais veteranos. A boa formação dos novos integrantes da PRF depende do diálogo intergeracional, do respeito mútuo e da valorização da memória institucional — e não da exclusão de quem dedicou sua vida à construção desta Casa.
Permanecemos vigilantes e unidos à categoria para promover a defesa da dignidade de todos os policiais rodoviários federais, ativos e inativos, que, juntos, compõem a espinha dorsal desta Instituição centenária.
Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais – FenaPRF